Existe um RPG de mesa chamado Vampiro: A Máscara. De todos os tipos de vampiros já desenvolvidos pra uso comercial, os dos anos 90 e todos que beberam da fonte desse RPG incrível me agradam mais. Vampiros punks, organizados em diferentes clãs e, acima de tudo, orgiásticos e poderosos. Blade é um dos mais legais do gênero, mas foi piorando a cada edição…
No Filme Com Leite Condensado de hoje, vou analisar o que gosto e o que não gosto nos três filmes da saga do caçador de vampiros que é o único capaz de andar sob a luz do dia, conhecido e temido pelo título Daywalker (no quadrinho, outros daywalkers aparecem). O filme inspira vibe anárquica, que a gente é enganado o tempo todo por um sistema que visa esconder toda a sujeira debaixo do tapete.
BLADE, O CAÇADOR DE VAMPIROS (1998)
O primeiro longa da trilogia é, sem dúvidas, o melhor. Fotografia escura, boates com chuva de sangue para vampiros clubbers, música eletrônica dos anos 90 e luta de espadas. Blade é meio humano e meio vampiro, tendo assim todas as capacidades sobrenaturais dos vamps, como superforça, regeneração e agilidade incríveis. Além disso, não possui as fraquezas da noite, podendo andar livremente de dia. Seu único problema é: se nega a beber sangue.

Pra isso, seu amigo e mentor Whistler, que o treinou para ser um caçador de vampiros, conseguiu alguém para desenvolver o soro que substitui o uso de sangue, mas Blade precisa
tomar com cada vez mais frequência, principalmente quando se envolve
numa briga com o vampiro rebelde que quer trazer o deus dos noturnos de
volta dos “mortos”. Por um acaso, esse é o vampiro que matou a mãe de Blade, vampiro por qual o caçador sai todas as noites, a razão de querer vingança.
Os efeitos são característicos da época, a história não é da maior genialidade, mas gosto muito da caracterização do Wesley Snipes
pro herói e do trabalho visual, do figurino gótico-moderno e do design
dos sets numa cidade fria e perigosa ao anoitecer. Recomendo.

BLADE II – CAÇADOR DE VAMPIROS (2002)
Aqui a história envolve os relacionamentos de pais e filhos (mesmo que
de forma bizarra), manipulação genética e vampiros que comem outros
vampiros como resultado disso. Os “reapers” formam uma nova raça de
bebedores de sangue que não só se reproduzem muito rápido como possuem
uma mordida fatal também para vampiros. Causam paralisia, são
extremamente difíceis de matar e sua resistência à porrada é absurda,
além da extrema velocidade.
Num ato de desespero, os vampiros pedem ajuda de Blade para
exterminar a nova ameaça, que depois que se alimentar de vampiros, vai
se alimentar de todos os humanos, criaturas que o caçador jurou proteger
enquanto vivo. Assim ele se vê trabalhando com um time de vamps que foi
treinado para aniquilá-lo (que irônico). As frases de efeito são muito
divertidas e a caracterização de cada vampiro do time é bem única.
Quando mais novo, aluguei toda a trilogia. Esse era o único filme que eu
tinha medo, porque a boca dos reapers é igual à do aliengínena do filme
Predador. A história perde um pouco de força, mesmo que o
visual continue tão e até mais impecável que no primeiro filme — e os
efeitos melhoraram muito!

BLADE TRINITY (2004)
O-pior-de-todos-os-filmes. Sério, é absurdo como conseguiram cagar com a
trilogia com um filme só. Blade agora é procurado pela polícia, tem sua
base de operações destruída e acaba indo pra cadeia (controlada por
acólitos de vampiros, chamados no filme de “familiares”). Lá, é
resgatado por um cara (Ryan Reynolds quando era feio, mas ainda gostoso) e uma garota (Jessica Biel, bonita mas sem sal), exímios combatentes das trevas, mas ainda muito jovens para serem respeitados. E humanos.
Ela é a filha afastada de Whistler e trabalha nesse grupo de
caçadores que usam altíssima tecnologia (?!) pra acabar com os monstros.
Só que o problema agora é maior: vampiros trouxeram do túmulo o
primeiro grande chupa-chupa: Drácula, chamado de Drake pra
amenizar a patetice. O filme já tava ruim com a maneira de terem
incluído o grupo novo de caçadores, com as história meia-boca do Drácula
então…
Da trilogia, esse é o único que não vejo mais de uma vez, passo batido. Mas em geral, a série Blade é
um dos poucos filmes de vampiros que se mantém fiéis à organização
política e personalidades diferenciadas de vampiros em diferentes
locais, diferentes épocas. Me sinto muito inspirado pelo primeiro filme,
principalmente quando preciso brincar de ilustrar me baseando na arte
do jogo Vampiro: A Máscara.

Se gosta dos filhos da noite, vai gostar pelo menos do primeiro filme. O
segundo vale ter na prateleira. O terceiro nunca deveria ter saído do
papel. Inclusive, tentaram fazer uma série e o spin-off dela virou a
nova geração de filmes (do Blade careca mesmo). Nunca vi, mas poucos comentários são elogios.
Se assistir, comenta?